quarta-feira, 13 de abril de 2016

A cRise

(Meu nome é Geraldo)

Meu nome é Geraldo. Tenho 5 anos, nascido em São Paulo, e adoro comer, pular e dormir. Gosto de comer restos de amoras, aquelas que sobram nos mercados são maravilhosas, porem, as que caem do pé de amoreiras, essas não tem comparação. Sou, a mais nova peste, o Aedes Egipt, conhecido pela transmissão da dengue, vírus terrível. Não gosto de ser assim, ter essa fama de malvadão, não posso nem sair de casa que corro risco de morte, fora que hoje em dia, já não da para bobear, tem lugares cheios daqueles sprays que matam. Falando em casa, lembro-me de meu melhor amigo.
Bingo, um pernilongo de pernas curtas,  – coitado, seus amigos fazem bulling com ele -  não gosto muito deles, os acho um pouco assustadores com aquelas enormes patas. Mas bingo é parecido comigo, um pouco inocente, também não pica ninguém. Tenho inveja dele, que ostenta sua linda casa, florida e cheirosa, e as vezes vem me contar das visitas. – Malditas abelhas, lindas, exuberantes, apaixonantes... – Não posso pensar muito nelas, que já até sinto seus cheiros. E ainda por cima, ele mora no vaso de flores da tia Joana, que é em frente a cerejeira, gostosas cerejas. Tudo isso, enquanto eu aqui, morando no pneu furado que os carros deixam, cheio d’agua dentro. Preciso de um par, não vejo a hora de me casar, conhecer a família, ir buscar a noiva na casa dela para ir para lua de mel.
AI! Esqueci de contar para vocês, falando em buscar a noiva né, hoje que eu vou tirar minha carta, só assim para eu poder voar, e busca-la.
Cheguei 5 min mais cedo, e toquei a campainha:
- Quem deseja?
- Vim fazer o teste, é aqui a casa da Joaquina, não é?
Era ela mesmo quem abria a porta. E  já foi anotando – Geraldo, 9h30, carteira - . Cheguei no final do teste de Romeu, meu vizinho, gostava dele também, mesma espécie, mesmos gostos. Ele havia conseguido, segundo ele, era seu terceiro teste, nos outros tinha ido mal.
Deu horário de meu teste, fui para o ponto de partida. Bartolomeu, uma das quatro crianças da casa gritou:
- Vai, agora!
Tive de ir, não tinha como voltar atrás. Sai voando rápido na direção correta, e sem nem piscar, já me apareceu o primeiro obstáculo. Jaiminho, filho mais novo de dona Joana, esse seria mais fácil de passar, fora sua pouca experiência, suas mãos eram bem menores, pequenas ainda.
- Pa, Pum, Pim – passei sem muita dificuldade.
Veio o do meio, João, já mais velho e amadurecido, idade ainda da puberdade, nem tão difícil, nem tão fácil.
- Pum, Pim, Pa – passei são e salvo, faltava o mais difícil.
            E veio sem nem dar chance de eu pensar um pouco, Julião era ENORME, não ia ser nada fácil.
            - Pim – passei – Pa – passei raspando, senti o toque na ponta de seu dedo- Pum!
            - Conseguiu Geraldo, aqui esta sua carteira, pode buscar a noiva! 

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